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O papel da manutenção e os seus maiores desafios em ambiente hospitalar

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Na prestação de cuidados de saúde, a segurança de instalações e equipamentos é um aspeto da mais alta importância, não só porque estamos perante o bem mais precioso do indivíduo, a sua saúde, mas também porque normalmente essa mesma saúde está fragilizada, tornando-o mais vulnerável a “ameaças externas”.

A manutenção assume-se hoje, e provavelmente mais do que alguma vez na história, como uma atividade vital no suporte à prestação de cuidados de saúde.

Marco António Vieira, Coordenador de Manutenção Cluster Norte, Hospitais CUF

À atual diferenciação e elevada exigência dos cuidados de saúde, só é possível responder com infraestruturas adequadas, confortáveis e seguras, sem descurar a eficiência.

Por outro lado, os edifícios hospitalares, respetivas infraestruturas e equipamentos médicos estão entre os ativos mais valiosos de qualquer estabelecimento de saúde. A estes ativos é-lhes exigida uma elevada taxa de disponibilidade, com índices de segurança também elevados.

A manutenção é, assim, o ponto de suporte crítico a alguns vetores fundamentais na prestação de cuidados de saúde, dos quais destacamos os seguintes:

Segurança

Na prestação de cuidados de saúde, a segurança de instalações e equipamentos é um aspeto da mais alta importância, não só porque estamos perante o bem mais precioso do indivíduo, a sua saúde, mas também porque normalmente essa mesma saúde está fragilizada, tornando-o mais vulnerável a “ameaças externas”.

A manutenção é responsável por maximizar essa segurança não só garantindo as corretas condições de funcionamento de cada equipamento, através de um acompanhamento periódico do seu estado (Manutenção preventivas, calibrações, inspeções e ensaios, etc..), como assegurando que as infraestruturas cumprem com os requisitos técnicos para as quais foram previstas e com requisitos legais e normativos aplicáveis, atuando prontamente sempre que tais requisitos não se verifiquem.

Torna-se assim necessária a existência de planos de manutenção preventiva aos equipamentos e infraestruturas, e de ações de manutenção corretiva sempre que necessárias que, de acordo com as suas especificações e características, sejam executados por equipas devidamente especializadas e habilitadas, de forma a garantir a máxima confiança a profissionais e utentes, na sua utilização.

Temas tão genéricos, mas de importância crítica na segurança de pessoas e bens, como a qualidade do ar em salas limpas, controlo de infeção, segurança de instalações e equipamentos elétricos, segurança contra incêndios ou prevenção e controlo da bactéria Legionella, entre outros, dependem ativamente da existência de uma estrutura de manutenção devidamente adequada e dimensionada, capaz de responder em tempo real às necessidades de uma estrutura hospitalar. A título de exemplo, sobre a ainda atual epidemia de COVID-19, importa realçar que nos últimos dois anos foram implementados, revistos e alterados procedimentos de segurança e regras de funcionamento de infraestruturas hospitalares, que só foram possíveis de concretizar com um apoio fundamental dos serviços de manutenção.

Redução dos custos operacionais e maximização da eficiência de operação

“Diminuição do número de avarias” – Não sendo a única, esta será provavelmente a ideia mais frequente quando se pensa em manutenção.

Também no sector da saúde, a existência e concretização de um plano de manutenção preventiva adequado às infraestruturas e aos equipamentos permite, por um lado, reduzir o número de avarias/falhas imprevistas (manutenção corretiva) e, por outro, minimizar o tempo de paragem não programada (downtime) dos mesmos. Tal resultará numa redução dos custos por reparação (menor número de avarias e simultaneamente menor gravidade das mesmas) e também numa maior disponibilidade operacional dos equipamentos (aumento do número de atos médicos realizáveis por equipamento/infraestrutura).

Em paralelo, os edifícios e infraestruturas hospitalares são grandes consumidores de recursos energéticos e ambientais. Equipamentos devidamente mantidos terão um rendimento de funcionamento superior, minimizando assim desperdícios de todo o tipo. Um controlo eficaz do modo de funcionamento da infraestrutura, em particular de sistemas que são grandes consumidores como sistemas de AVAC e de iluminação, permite que os consumos energéticos se otimizem, com cada sistema a gastar apenas o necessário à função que desempenha e ainda, em alguns casos, recuperando parte da energia consumida para ser reaproveitada. 

Maximização do tempo de vida equipamentos / Infraestruturas

Uma correta manutenção às infraestruturas e aos equipamentos permitirá prolongar a vida útil dos mesmos, nas suas melhores condições de operacionalidade. Ao prolongarmos a vida útil, estamos a reduzir as necessidades de investimentos de substituição, permitindo disponibilizar e realocar recursos para outras áreas como o crescimento orgânico, a inovação ou a adoção de novas valências e tecnologias. A manutenção constitui assim um apoio vital à definição de planos de investimento e de Ciclo de Vida, que são uma ferramenta fundamental a qualquer gestão. 

Este texto não pretende menosprezar outros aspetos que não são mencionados, e que constituem igualmente importantes desafios de manutenção como a Inovação, a Flexibilidade e Adaptabilidade de Infraestruturas ou a Digitalização, mas sim realçar quais os vetores que, na nossa opinião, são os principais suportes da importância que é hoje reconhecida à Manutenção em Saúde.

Texto elaborado por:

Marco António Vieira

Coordenador Manutenção Cluster Norte na CUF, desde 2013