2021-09-07

A pegada de carbono digital corresponde a 3% das emissões de CO2

A sociedade está cada vez mais consciente do impacte que as nossas ações têm no ambiente. Sabemos que os aspetos ambientais físicos como os resíduos, águas residuais e as emissões para a atmosfera são os principais responsáveis pela contaminação do planeta. Mas não somos tão conscientes sobre as consequências negativas para o ambiente que a utilização dos dispositivos digitais provoca.

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A sociedade está cada vez mais consciente do impacte que as nossas ações têm no ambiente. Sabemos que os aspetos ambientais físicos como os resíduos, águas residuais e as emissões para a atmosfera são os principais responsáveis pela contaminação do planeta. Mas não somos tão conscientes sobre as consequências negativas para o ambiente que a utilização dos dispositivos digitais provoca.

A transformação digital trouxe muitos benefícios, como a redução do consumo de papel, que se reflete de forma positiva na luta contra a mudança climática e na redução das emissões de CO. “No entanto, a produção, a utilização e a transferência de dados de dispositivos digitais, provocam mais emissões de CO do que poderíamos imaginar”, explica Catarina Melgueira, Quality & Environment Manager da ISS Portugal. Estas emissões são designadas por pegada de carbono digital.

Atualmente, cerca de 60% da população mundial (4.660 milhões de pessoas) têm acesso à Internet. “Cada consulta, cada pesquisa, cada arquivo enviado e cada documento guardado, executados milhares de milhões de vezes, são responsáveis por parte da crescente procura mundial de energia e, por isso, também pelo aumento das emissões de CO”, assegura.

O armazenamento, o verdadeiro problema

Grande parte desta pegada de carbono digital não se deve tanto às mensagens ou ações que são realizadas na internet, mas a todos os dados que são guardados e partilhados, os quais têm de ser armazenados em servidores, e-mail ou em dispositivos que funcionam através do consumo de energia, o que acarreta a produção de grandes quantidades de CO2.

Colocar todos estes arquivos na nuvem também não é a melhor opção. A nuvem é um local físico real e tem a forma de um enorme servidor, com capacidade para armazenar milhões e milhões de terabytes de informações de utilizadores de todo o mundo; informações que muitas vezes nunca mais vamos utilizar. “As empresas são aquelas que mais armazenam arquivos digitais, grande parte dos quais nunca mais voltam a ser consultados. Desde emails, dados ou ficheiros digitais antigos e obsoletos que se acumulam e ocupam uma enorme quantidade de espaço de armazenamento, não só impactam negativamente no ambiente, como também podem reduzir a produtividade e aumentar custos", comenta Catarina Melgueira.

Calcula-se que os centros de servidores utilizam cerca de 30 mil milhões de watts para guardar os nossos dados, o equivalente à produção de 30 centrais nucleares, já que esses servidores necessitam de energia para o seu funcionamento e, sobretudo, para a sua refrigeração. Estima-se que as emissões de carbono resultantes desta atividade digital seja equivalente às emissões globais de CO2 de toda a indústria da aviação.

Porque a nossa preocupação com o ambiente e com a sustentabilidade é um dos nossos pilares, a ISS sugere algumas boas práticas para reduzir esta pegada de carbono digital.

  • Limpe os seus dispositivos eliminando documentos, vídeos e imagens duplicadas ou de que já não necessita.
  • Desinstale Apps e programas que não utiliza.
  • Apague os emails e mensagens antigas que já não são relevantes.
  • Reduza o número de pessoas a quem dirige os seus emails. Selecione longas trocas de email, guarde a mensagem mais recente e apague tudo o resto.
  • Guarde os ficheiros em discos partilhados para reduzir o número de ficheiros que cada elemento da equipa guarda no seu PC.
  • Anular a subscrição de newsletters que não lê.

Estão são pequenas ações diárias que, em grande escala, implicam uma redução significativa das emissões de carbono. "Na ISS acreditamos na nossa responsabilidade para com o planeta e estamos convictos que as nossas ações individuais, por mais pequenas que sejam, podem fazer a diferença. O importante é começarmos por tomar consciência e aplicar pequenas mudanças", conclui Catarina Melgueira.